Um dos problemas muito grave em nossas
igrejas, é o abandono de nossos novos convertidos. É como se fosse uma mãe que
em uma prática totalmente contrária à natureza, ao terminar de dar a luz,
abandone o seu filho em qualquer lugar. Nenhuma mãe deve conceber um filho se
não estiver preparada para amar e cuidar dele.
Causa uma grande satisfação para os pais, verem os seus filhos crescerem
e se desenvolverem gradativamente, etapa por etapa. Por isso, as nossas igrejas devem estar
preparadas para cuidar de seus filhos na fé, e acompanhá-los em todo o processo
de crescimento espiritual. Escutei alguém dizer que a Igreja é o único exército
que abandona os seus soldados.
Muitas pessoas têm recebido de boa fé
a palavra de Deus, se converteram a
Cristo e por consequência nasceram de novo, mas ainda estão vivendo os
rudimentos do evangelho, apesar de assistir aos cultos, serem dizimistas, etc.
São meninos incapazes de crescer proporcionalmente. Devemos ser conscientes, no
entanto, de que cada um destes “meninos” são discípulos em potencial, que com
uma adequada atenção alcançarão, a
maturidade necessária que os transformará de bebês em discípulos úteis
ao Senhor e sua Obra.
Esse trabalho é alcançado através do
processo de discipulado que é a sequencia do “ide” de Jesus. Infelizmente a
maioria das igrejas não se preocupa com essa tarefa. Consideram que uma vez a
pessoa tenha aceitado a Jesus, a missão já está cumprida. O que não é verdade.
Jesus disse “ide e fazei discípulos”.
Falar de discipulado é falar de
transferência de vida. Quando Jesus disse para fazer discípulos, Ele falava de
um processo e não de um sucesso. Infelizmente, boa parte dos membros de nossas
igrejas não entende com profundidade os conceitos de discipulado e compromisso
de vida. A falta de compromisso e profundidade é o que leva à abundância de
espectadores itinerantes em nossas congregações, cuja busca de igreja em igreja
é mais o reflexo de sua própria frustração por falta de compromisso e
profundidade em seu caminhar com Cristo, pelo fato de não terem sido
discipulados.
Fazer discípulos é mais que pregar o
evangelho desde um púlpito, uma rua ou praça de nossa cidade. A ordem de fazer
discípulos nos está encomendando a preciosa tarefa de formar crentes que vivam
e atuem com tais. O nosso trabalho vai desde o novo nascimento até a maturidade
do cristão, passando logicamente por cada etapa através de uma preparação
constante e progressiva que facilite o crescimento e a reprodução. Isto fará
com que a pessoa se firme em sua decisão por Cristo de tal maneira que
experimente uma mudança de vida e se envolva no serviço cristão. Deste modo,
ele receberá o ensino básico sobre como levar seu novo estilo de vida e chegar
à maturidade espiritual, convertendo-se em uma testemunha de Cristo.
A experiência comprova que os novos
convertidos que recebem cuidados logo nas primeiras vinte e quatro horas após a
sua conversão, têm muito mais chances de permanecerem firmes. Essa atitude além
de evitar que o inimigo arrebate o efeito da semente ou semeie o joio enquanto
os trabalhadores dormem à noite, Mt 13:19 e 25,
também ajuda a que ele seja um participante ativo em vez de somente
espectador.
Lois E. LeBar, em seu livro “Focus on
people in Church Education” (Focalizando pessoas na educação da Igreja) na página 143, nos diz:
“O tempo para recrutar um novo convertido não
é depois que ele está sentado num banco durante vários anos, mas no dia em que
ele se junta à Igreja. Claro que se lhe permitirem formar o hábito de ficar
sentado, ele achará difícil de se levantar. Nós temos acostumado a muitos de
nossos membros de Igrejas a serem os espectadores em vez de servidores.”
O novo convertido tem um imenso desejo
de aprender, de entender e de fazer. Este momento deve ser aproveitado para
chamá-lo ao discipulado e consequentemente ao serviço. As primeiras semanas
deveriam ser aproveitadas para estabelecer uma base sólida para o resto de suas
vidas. O programa de ensino deve incluir doutrina básica, ensino prático sobre
a vida cristã e apologética básica que capacite ao novo convertido a defender a
sua nova fé.
(Texto tomado do Livro de minha autoria "A Igreja e sua Missão Integral" Ed. Crescimento - Rio de Janeiro-RJ 2013)
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