IGREJAS SEM CRESCIMENTO

A falta de crescimento em muitas igrejas tem se tornado uma das grandes preocupações nestes últimos tempos. Algumas congregações experimentam um aumento em seus quadros, apenas quando alguns filhos dos crentes chegam à idade de serem batizados e admitidos como membros. Sabemos que Cristo ao fundar sua Igreja, ordenou a seus discípulos a tarefa de evangelizar e fazer outros discípulos. Assim, está claro que o objetivo da Igreja do Senhor não é manter um auditório de pessoas convencidas das doutrinas bíblicas, e sim buscar e ganhar novas vidas para o Reino de Deus. Infelizmente, os membros de algumas igrejas se parecem mais com sócios elegantes de um clube, prontos a cumprimentar o pastor no final do culto pela riqueza filosófica aplicada na pregação de cada domingo, do que se preocupar com a tarefa de evangelização.

A Igreja do Senhor foi criada como um organismo vivo - Corpo de Cristo. Deus, ao criar o homem, ordenou a perpetuação da espécie dizendo: “...Frutificai, e multiplicai-vos e enchei a terra...” ( Gn.1:28). Deus confiou ao homem e a todo ser vivo a responsabilidade de se multiplicarem, assim também a Igreja, ao ser criada, recebeu essa incumbência quando Jesus disse: “Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” ( Mt 28:19).

Participei de uma reunião de pastores no Uruguai e escutei uma estatística que me preocupou muito: há cinco anos atrás, havia em uma determinada cidade desse país cinqüenta denominações e um total de mil e seiscentos membros e cinco anos depois, oitenta e cinco denominações e o mesmo número de membros. Isto demonstra que as igrejas estão negligenciando na tarefa de evangelizar e quando o fazem, mesmo de forma precária, ainda se descuidam do discipulado.

Cada crente tem o dever de ganhar outras almas individualmente, no entanto, são mais de 90% os que nunca conseguiram ganhar pelo menos uma vida para o Senhor, e o mais triste é que nunca se esforçaram para fazê-lo. Muitos gastam o assento dos bancos da Igreja, enquanto os chamados “Testemunhas de Jeová” e os Mórmons (seitas heréticas) gastam a sola dos seus sapatos.

Não temos que ficar esperando que as almas venham a Igreja , que os vizinhos venham ao culto e os inconversos que moram no outro lado da cidade venham a Cristo. O que temos que fazer é ir a eles. A Igreja tem que sair das quatro paredes e arrebatar as almas que estão nas mãos do inimigo. Por mais eloqüente e bem dotado que seja o evangelista ou o marketing que a congregação local use, isto não pode servir de escusas de levar a cabo semelhante labor. Não basta somente apontar o caminho e dizer: É POR ALI! Na perspectiva bíblica, ensinar o caminho significa dizer: VEM COMIGO! VAMOS JUNTOS! Portanto, ir aos bairros, favelas e outras cidades para evangelizar, estabelecer novas igrejas e discipular é caminhar junto, e esta foi a tarefa que Cristo nos mandou fazer, até que Ele venha.

Por um lado, a razão pela qual a maioria dos membros de nossas igrejas não saem a evangelizar, fazer novos discípulos e implantar novas congregações é porque não são incentivados ou ensinados para tal. São poucas as igrejas que possuem um programa de discipulado e capacitação para uma evangelização eficaz. Quando muito se preocupam, somente saem em distribuir alguns folhetos em volta do templo e realizar algumas campanhas evangelística para depois apresentar o relatório de centenas de decisões e etc. Porém, nenhuma dessas almas que se decidiram são acompanhadas por uma equipe de discipulado, razão pela qual não permanecem na Igreja. Isto é o mesmo que uma mãe abandonar seu bebê recém-nascido em meio de uma floresta com todos os seus perigos, a própria sorte.

Se a Congregação quer provar um verdadeiro crescimento dentro dos moldes da Palavra de Deus é necessário urgentemente obedecer a ordem de Jesus Cristo em "IR E FAZER DISCIPULOS..." Isto é fazer MISSÕES, tanto urbanas, nacional ou transculturais e não se esquecer de consolidar os novos discipulos.

Estou convicto de que não há no mundo uma tarefa mais importante do que a de fazer MISSÕES. Aproveito esta oportunidade e renovo minha dedicação, por quanto tempo o meu Senhor permitir a elevada vocação de MISSIONÁRIO.

Pr. Eraldo Cavalcante